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Explorando Coimbra: Uma Jornada Pelos Encantos da Cidade dos Estudantes

Updated: May 8

Bem-vindo a Coimbra, uma cidade que respira história, cultura e tradição em cada uma de suas ruas de paralelepípedos. Situada nas encostas íngremes do rio Mondego, esta antiga capital de Portugal é muito mais do que apenas uma cidade universitária - é um tesouro de experiências fascinantes e beleza arquitetónica. Neste artigo, mergulharemos na rica herança de Coimbra, desde suas majestosas universidades até seus encantadores recantos históricos, oferecendo uma visão envolvente dos segredos que esta cidade tem a oferecer. Venha connosco numa jornada emocionante pelos encantos de Coimbra.


Coimbra | MoonShadow Tours

Coimbra... tem mais encanto...

Todo o português começa a cantarolar esta musica assim que se fala de Coimbra, esta cidade do centro de Portugal tem mesmo muito encanto e muito a descobrir, não se pode falar de Coimbra sem falar na Universidade, a primeira do país, e de um romance impossível descrito mais tarde em verso por Luis de Camoes. Estes são alguns dos temas que vamos falar neste artigo.


Coimbra fica entre as cidades do Porto e Lisboa e foi outrora a capital de Portugal, é uma cidade historicamente universitária, por causa da Universidade de Coimbra.

Na história recente a população estudantil da Universidade teve um papel importante ao ser ativamente defensora dos valores da liberdade e democracia frente à ditadura do Estado Novo. Uma das cidades mais antigas do país, foi a capital de Portugal antes de Lisboa, até 1255, e nela está o primeiro Panteão Nacional, o Mosteiro de Santa Cruz.

Coimbra é atravessada pelo rio Mondego, que nasce na Serra da Estrela, no sentido Este-Oeste. É considerada uma das mais importantes cidades portuguesas, devido a infraestruturas, organizações e empresas nela instaladas para além da sua importância histórica e privilegiada posição geográfica no centro de Portugal continental, entre as cidades de Lisboa e do Porto.

Ao nível de serviços oferecidos, é acima de tudo no ensino e nas tecnologias ligadas à saúde que a cidade consegue maior notoriedade.


O feriado municipal ocorre a 4 de julho, em memória da rainha Santa Isabel de Aragão, padroeira da cidade conhecida popularmente apenas por rainha santa.

A cidade de Coimbra é um berço de tradições e um gigantesco memorial da nossa história que se descobre a cada recanto. Ruas centenárias, construções milenares, jardins pomposos e costumes seculares são os motivos que nos trouxeram a esta magnífica cidade.



Coimbra: O Berço da Educação e da História de Portugal

Coimbra, uma cidade portuguesa enraizada na história e imbuída de uma rica herança cultural, é um tesouro de experiências e descobertas para os viajantes que buscam mergulhar no passado glorioso de Portugal. Desde os tempos medievais até os dias de hoje, Coimbra tem sido um epicentro de aprendizagem, arte e espiritualidade. Neste artigo, exploraremos alguns dos marcos históricos mais significativos da cidade, desde a fundação de sua universidade pelo Rei D. Dinis até os tesouros arquitetónicos legados pela realeza.




A Universidade de Coimbra: Um Legado Real de Conhecimento


A história da Universidade de Coimbra remonta ao século XIII, quando o rei D. Dinis, conhecido como "o Rei Lavrador" devido ao seu amor pela agricultura e desenvolvimento do país, fundou a universidade em 1290. Esta instituição de renome não só moldou o futuro intelectual de Portugal, mas também deixou uma marca profunda na história europeia como uma das universidades mais antigas do mundo ainda em funcionamento.

O Paço das Escolas onde se consegue observar as magnificas construções que se encontram em redor. Este espaço, antes de pertencer à universidade de Coimbra, foi o primeiro Paço Real de Portugal, local onde viveram os primeiros reis de Portugal.


Sendo uma das mais antigas da Europa e das maiores de Portugal, fundada em 1290 como Estudo Geral Português pelo rei D. Dinis em Lisboa que depois várias instalações nas duas cidades, se fixou definitivamente na cidade do Mondego no ano de 1537.

A criação da universidade por D. Dinis reflete o seu desejo de promover a aprendizagem e a educação em Portugal. Ele reconheceu a importância do conhecimento para o progresso do país e, portanto, estabeleceu a universidade como um centro de excelência acadêmica. Sob sua proteção, Coimbra tornou-se um ponto de encontro para estudiosos de toda a Europa, contribuindo assim para a disseminação do conhecimento e da cultura.


 

Curiosidade: A população estudantil da cidade ronda os 37 000 matriculados, parte no ensino superior público não politécnico, parte no ensino superior público politécnico e parte no ensino superior privado. No dia 22 de junho de 2013, a Universidade de Coimbra, foi declarada Património Mundial pela UNESCO.

 

Culto e curioso das letras e das ciências, terá impulsionado a tradução de muitas e importantes obras para português, entre as quais se contam os tratados de Afonso X, o Sábio. Desta forma, a sua Corte foi um dos maiores centros literários da Península Ibérica.


D. Dinis de Portugal, O Lavrador e O Rei-Trovador, foi Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até sua morte. Era o filho mais velho do rei Afonso III de Portugal e sua segunda esposa Beatriz de Castela.

estátua de D. Dinis
Estátua de D. Dinis, fundador da Universidade de Coimbra

Foi grande amante das artes e letras. Tendo sido um famoso trovador, cultivou as cantigas de amigo e a sátira, contribuindo para o desenvolvimento da poesia trovadoresca na Península Ibérica. Pensa-se ter sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo.

Foi o sexto rei de Portugal, subindo ao trono ainda com 17 anos. Ao longo de 46 anos de reinado, foi um dos principais responsáveis pela criação da identidade nacional e o alvor da consciência de Portugal enquanto estado-nação: em 1297, após a conclusão da Reconquista pelo seu pai, definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes. Com este tratado, Portugal ficou com as fronteiras mais antigas da Europa.


Além disso, D. Dinis desempenhou um papel fundamental na criação do Pinhal de Leiria. Este vasto pinhal, estabelecido no século XIII, não só serviu como reserva de caça real, mas também desempenhou um papel crucial na preservação ambiental e no desenvolvimento económico da região. A visão visionária do rei Dinis em relação à gestão sustentável da terra deixou um legado duradouro que ainda é admirado nos dias de hoje.


 

Curiosidade: Quando se iniciou a campanha para as Descobertas Portuguesas foram a árvores do Pinhal de Leiria que deram a sua madeira para a construção das caravelas e naus que levaram os marinheiros na exploração dos oceanos.

 

Pinhal de Leiria

D. Dinis redistribuiu terras, promoveu a agricultura e fundou várias comunidades rurais, procurando que não só os camponeses e as comunidades religiosas, mas também todo o País se interessasse por esta atividade. Facilita a distribuição de propriedade e divide terras incultas em grupos de vinte ou trinta casais, distribuindo cada um deles a uma família. Cada casal pagava um foro ou pensão ao rei, ao município ou ao doador da terra.

Manda enxugar o paúl de ulmar para ser aplicado no cultivo, e aproveita as madeiras do Pinhal de Leiria para a construção de casas, armazéns e frotas. Simultaneamente protegia este pinhal, uma vez que protegia as terras agrícolas do avanço das areias costeiras.



A Ordem de Cristo: Ligação Espiritual e Patrimonial


A ligação entre D. Dinis e a Ordem de Cristo, uma das mais influentes ordens religiosas e militares da história de Portugal, ficou profundamente enraizada no nosso país. Fundada no século XII, a Ordem de Cristo desempenhou um papel crucial na expansão marítima portuguesa durante a Era dos Descobrimentos, fornecendo apoio espiritual, logístico e financeiro para as viagens de exploração.

O mosteiro de Santa Cruz, localizado no coração de Coimbra, é um testemunho tangível dessa ligação. Fundado no início do século XII pela Ordem de Santa Cruz, uma ordem religiosa precursora da Ordem de Cristo, o mosteiro desempenhou um papel fundamental na vida espiritual e cultural da cidade ao longo dos séculos. Suas imponentes paredes e arcos góticos ecoam os sussurros do passado, convidando os visitantes a mergulhar na rica história religiosa de Coimbra.


 

Curiosidade: Santa Cruz foi berço dos primeiros estudos medievais em Portugal, que iriam fortalecer o poder real emergente através da sua acção educativa. Foi dentro das suas paredes que uma das figuras mais universais da cultura ocidental dos séculos XII/XIII, o Santo António, aprofundou os seus estudos teológicos e o vasto conhecimento das Sagradas Escrituras patente nos seus sermões.

 

Mosteiro de Santa Cruz

Mosteiro de Santa Cruz

Uma das construções mais sumptuosas da cidade, o Mosteiro de Santa Cruz. A fundação remonta ao ano de 1131 e a característica que o torna tão emblemático é o facto de ser o local onde estão sepultados os dois primeiros reis de Portugal, D. Afonso Henriques e D. Sancho.

Embora a origem do edifício seja do século XII os vestígios do período românico já são bastante reduzidos uma vez que as necessidades de ampliação alteraram bastante a estrutura original, nomeadamente a alteração realizada no século XVI por D. Manuel I. Essas marcas estão claramente visíveis no pórtico manuelino e nas torres laterais presentes na fachada da igreja. Um local que é um verdadeiro exemplar da excelência arquitetónica do nosso património religioso.



A proteção da Ordem do Templo

A 13 de outubro de 1307, Filipe de França prendia uma grande parte dos cavaleiros templários. Para obter o apoio da Igreja, arranjou forma de elevar ao cargo pontifício alguém da sua confiança: o papa Clemente V, se torna no primeiro Papa com assento em Avignon, para estar mais manobrável e disponível para ajudar Filipe, e que criaria uma disputa sobre quem era o verdadeiro Papa. Clemente ordena assim a todos os reinos onde residem Templários a proceder à confiscação dos seus bens e à condenação à morte de cada um dos seus membros.

Em 1319, Dinis conseguia do Papa João XXII a bula na qual se criava a Ordem de Cristo e para a qual foram transferido todo o património e também vários dos membros da extinta Ordem Templária. Foi designado para sede o Castelo de Castro Marim, criando-se desta forma a primeira ordem militar portuguesa, que chegou inclusivamente a apoiar os cavaleiros portugueses da Ordem de Santiago na sua disputa para se separarem do seu mestre castelhano. A Ordem de Santiago acabaria por formar na realidade um ramo português.




Os Tesouros Arquitetónicos da Realeza: A Biblioteca Joanina


Um dos destaques indiscutíveis de Coimbra é a Biblioteca Joanina, uma joia arquitetónica do período barroco construída no século XVIII durante o reinado de D. João V. Esta magnífica biblioteca, adornada com detalhes dourados, estantes de madeira entalhada e uma coleção impressionante de livros raros, é um tributo ao mecenato real e ao amor pela aprendizagem.


A Joanina reúne cerca de 70 mil volumes, a maior parte dos quais no andar nobre. Aí se conservam os principais fundos de Livro Antigo (documentos até 1800) da Universidade.

D. João V, conhecido por seu patrocínio às artes e à cultura, encomendou a construção da Biblioteca Joanina para abrigar a vasta coleção de manuscritos e obras literárias acumuladas ao longo dos séculos pela Universidade de Coimbra. Hoje, os visitantes podem maravilhar-se com a beleza deslumbrante deste espaço único e explorar suas preciosidades literárias em um ambiente de pura opulência e erudição.


 

Curiosidade: A visita à Universidade custa 10€ e inclui o acesso à Biblioteca Joanina, à Capela de São Miguel, à Sala dos Capelos, à Sala do Exame Privado e à Sala das Armas. O bilhete deve ser adquirido no Paço das Escolas na Loja da Universidade. No bilhete será colocado um horário referente à entrada na Biblioteca Joanina, uma vez que só abre de 20 em 20 minutos com número de visitantes controlado.

 


Composta de três salas que comunicam entre si através de arcos idênticos ao portal e integralmente revestidos de estantes, decorados a motivos chineses (na primeira sala em contraste ouro sobre fundo verde, na segunda, ouro sobre fundo vermelho e na última ouro sobre fundo negro).

Toda a sua arquitectura envolve um retrato de D. João V que, colocado na parede do topo do edifício, na última sala, funciona como "ponto de fuga" da biblioteca da Universidade de Coimbra, também chamada, noutros tempos, Casa da Livraria. A nave central da Joanina faz com que a sua estrutura se assemelhe à de uma capela, em que o retrato de D. João V ocupa o lugar do altar. A dourada moldura da tela imita uma cortina, que se abre para exibir, numa "esplendorosa composição alegórica", o rei.



Explorando os Encantos de Coimbra: Lugares Imperdíveis para Visitar

Além dos marcos históricos mencionados, Coimbra oferece uma vastidão de pontos de interesse para os viajantes. A Sé Velha, uma majestosa catedral românica do século XII, é um exemplo impressionante da arquitetura sacra medieval e um local de grande significado espiritual.


Sé velha de Coimbra

Sé Velha de Coimbra

Uma das principais construções da cidade, a Sé Velha. De estilo românico, originária do século XII, esta igreja foi construída por ordem de D. Afonso Henriques e a obra foi concebida pelo Mestre Roberto, responsável também pela construção da Sé de Lisboa, daí as claras semelhanças entre ambas.

A Sé Velha de Coimbra é um edifício imponente de linhas simples que se assemelham à de um castelo, existindo até uma torre que sobressai do restante edifício. No interior, além da possibilidade de visitar a igreja, pode também conhecer os seus claustros que até têm um pequeno jardim na zona central.


 

Curiosidade: A Sé Velha de Coimbra pode ser visitada todos os dias das 10h00 às 18h00 exceto quinta feira (das 10h00 às 16h00). O preço do bilhete é de 2,5€

 

A Quinta das Lágrimas, imortalizada no romance trágico de Pedro e Inês, é outro local que cativa a imaginação dos visitantes. Os jardins exuberantes e os vestígios românticos deste cenário idílico proporcionam uma experiência envolvente e emocionante.


Quinta das Lágrimas

Quinta das Lágrimas

A Quinta das Lágrimas é um destino de visita obrigatória para os amantes da história e da romance. Este local encantador é imortalizado no conto trágico de Pedro e Inês, dois amantes cujo amor proibido deixou uma marca na história de Portugal. Os visitantes podem explorar os exuberantes jardins que testemunharam os suspiros apaixonados do casal, enquanto aprendem sobre a trágica história de amor que inspirou gerações. Além disso, a quinta oferece uma atmosfera serena e tranquila, perfeita para contemplação e relaxamento, tornando-a uma parada imperdível para aqueles que desejam mergulhar na rica história e cultura de Coimbra.


História de amor entre D. Pedro e Inês de Castro

Pedro, filho de D. Afonso IV (Rei de Portugal), era casado com D. Constança que não dispensava os cuidados da sua aia castelhana, Inês de Castro. Por obra do destino D. Pedro e Inês apaixonaram-se e marcavam encontros secretos nos jardins da Quinta das Lágrimas. Quando o seu relacionamento secreto foi descoberto originou enormes constrangimentos na corte. Como forma de resolver esse problema, D. Afonso IV ordenou o exilio de Inês num castelo na fronteira castelhana.

Inês era filha de nobre da Galiza, e o rei temia que D. Pedro fosse influenciado pela família da amada a escolher como herdeiro um filho dela.



Após algum tempo, D. Constança morre durante o parto e Pedro viúvo trouxe Inês de volta para viver consigo nos Paços de Santa Clara. Esta atitude provocou enorme exaltação na corte e uma enorme instabilidade sendo o desagrado do povo evidente. Ainda assim, alheios à critica Pedro e Inês tiveram três filhos.

Para pôr um fim à história amorosa, D. Afonso IV tenta arranjar outro casamento a D. Pedro mas a paixão dele por Inês era inabalável e recusou sempre. Assim sendo D. Afonso IV mandou executar Inês. Segundo a lenda Inês foi assassinada na Fonte dos Amores e que se diz ainda hoje nela correm o sangue de Inês e as lágrimas de Pedro.

Esta historia foi retratada do livro Os Lusíadas escrito por Luís de Camões.


"Passada

esta tão próspera vitória,

Tornado Afonso à Lusitana Terra,

A se lograr da paz com tanta glória

Quanta soube ganhar na dura guerra,

O caso triste e dino da memória,

Que do sepulcro os homens desenterra,

Aconteceu da mísera e mesquinha

Que despois de ser morta foi Rainha."


 

Curiosidade: Quando Pedro ascende ao trono, no dia da sua coroação ordena que o corpo de Inês fosse colocado no trono e coroado, obrigando todos os presentes a beijar a mão da rainha. O corpo de Inês de Castro assim como o de D. Pedro encontram-se ambos no mosteiro de Alcobaça.

 

Por fim, uma visita ao Mosteiro de Santa Cruz, já referido neste artigo, completa a jornada através da história de Coimbra. Este mosteiro, com suas capelas ornamentadas e claustros serenos, oferece uma visão única da devoção religiosa e da arte sacra que caracterizam a cidade.


Em suma, Coimbra é muito mais do que apenas uma cidade - é um testemunho vivo da rica herança e cultura de Portugal. De sua universidade histórica à sua arquitetura real e locais emblemáticos, Coimbra continua a encantar e inspirar visitantes de todo o mundo, convidando-os a explorar seus encantos e descobrir suas histórias fascinantes.



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