A Magia de Harry Potter Teve Raízes em Portugal: Descobre Como
- Catarina

- 26 de jul.
- 5 min de leitura
Sabias que parte do universo mágico de Harry Potter nasceu em solo português? Sim, é verdade! J. K. Rowling viveu no Porto nos anos 90 e, durante esse tempo, absorveu muito da cultura, arquitetura e atmosfera que depois se refletiram nos livros que encantaram o mundo. Continua a ler a descobre mais.

Marcas pessoais de um tempo desafiador
Durante o tempo que passou no Porto, Rowling enfrentou momentos difíceis, mas também encontrou inspiração. Foi nessa altura que começou a esboçar o enredo de Harry Potter e a desenvolver personagens que viriam a tornar-se ícones culturais. Portugal, com a sua riqueza histórica e mística, acabou por deixar uma marca profunda na sua escrita.
O Porto como fonte de inspiração
Enquanto dava aulas de inglês na cidade, Rowling frequentava cafés para escrever — entre eles, o famoso Café Majestic, onde é fácil imaginar personagens misteriosos sentados ao lado de uma chávena de chá. A elegância do espaço e o ambiente clássico podem ter ajudado a dar vida ao estilo encantador de Hogwarts. Segundo o Portugalist, ela rabiscava notas nos guardanapos do café, onde, segundo rumores, teria concluído os três primeiros capítulos do seu primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal (posteriormente adaptado nos EUA como A Pedra Filosofal ).

Inaugurado em 1921, o Café Majestic é um verdadeiro tesouro da Belle Époque, refletindo o charme e a grandiosidade de uma época em que a elite vivia num mundo quase de fantasia, alheia às dificuldades sociais e políticas do seu tempo. Com ares de conto de fadas, o espaço continua a encantar quem por lá passa.
Hoje, o café preserva fielmente o espírito dos anos 1920: molduras em madeira esculpida, espelhos ornamentais e uma atmosfera clássica inspirada na estética Art Nouveau. Ainda que o esplendor da decoração remeta a tempos em que o luxo era reservado a poucos, atualmente o Majestic acolhe todos os visitantes — sem distinções — oferecendo uma experiência histórica e acolhedora a quem decide entrar.
A Torre dos Clérigos: O Maior Spoiler de Todos os Tempos
Do topo da imponente Torre dos Clérigos, em pleno coração do Porto, é possível contemplar toda a cidade. Com mais de 250 anos de história e a sua escada em espiral com 240 degraus que levam ao topo da torre, classificada como monumento nacional desde 1910, a torre apresenta uma arquitetura marcada pelo estilo barroco, coroada por uma cruz de ferro que se destaca no horizonte portuense.

Para os fãs atentos da saga, a torre pode lembrar a Torre de Astronomia de Hogwarts. Nos filmes, ela surge ao longe, imponente e misteriosa. Embora normalmente inacessível aos alunos, exceto para aulas, a torre ganha destaque em momentos-chave da narrativa: no primeiro livro, Harry, Ron e Hermione usam o topo da torre para enviar Norberto, o dragão de Hagrid, para a Roménia com Charlie Weasley. Mais tarde, num dos momentos mais dramáticos da saga, Dumbledore é morto por Snape precisamente do alto da Torre de Astronomia — um evento que marca profundamente a luta contra os Comensais da Morte.
A Livraria Lello e a escadaria encantada
Não dá para falar sobre Rowling em Portugal sem mencionar a Livraria Lello. Com a sua escadaria ondulante, vitrais coloridos e atmosfera mística, esta livraria parece saída diretamente de um livro de feitiços. Não é de admirar que muitos acreditem que tenha inspirado partes de Hogwarts, especialmente a famosa escada em movimento do castelo.

Manuel de Sousa, o gerente de comunicações da Livraria Lello, disse à Inverse que os irmãos Lello, que criaram a livraria em 1881, queriam realmente “impressionar as pessoas e seduzi-las para que comprassem livros, pois os irmãos Lello acreditavam que o desenvolvimento de Portugal dependia em grande parte da instrução do seu povo”.
Embora a Lello evite dar muita ênfase à sua conexão com Harry Potter — ela é conhecida como a primeira livraria a imprimir escritores portugueses relevantes como Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco — a loja ainda cria ocasionalmente eventos em torno da série, como um jantar no estilo de Hogwarts.
A influência dos trajes académicos
Os estudantes universitários portugueses usam capas pretas como parte do seu traje académico — algo muito semelhante às vestes usadas pelos alunos de Hogwarts. É provável que essa tradição tenha servido como modelo visual para os uniformes da escola de magia.
Datada do século XIII, em 1290, a instituição de ensino é a mais antiga de Portugal e uma das mais antigas do mundo. Devido à longa tradição acadêmica da Universidade de Coimbra, até mesmo seus uniformes escolares têm uma história única, que Rowling notou.

Há trezentos anos um professor universitário que decidiu que um uniforme preto — ele teve o cuidado de escolher o tom mais escuro porque escondia qualquer vestígio de sujeira — para todos os alunos tornaria possível a igualdade dentro da sala de aula, e continua sendo assim desde então.
Impressionantemente semelhantes aos uniformes de Hogwarts, os uniformes quase totalmente pretos dos alunos consistem em uma capa de couro, gravata, camisa branca, blazer e saia para as mulheres, com calças e um paletó interno para os homens, completos com um manto — ou, como os conhecemos, longas capas pretas. Eles também têm as cores do time, uma cor que representa seu diploma e outra a sua universidade.
O Ditador Salazar e a Criação de Salazar Slytherin
Em Lisboa, o Museu do Aljube ocupa o edifício de uma antiga prisão usada durante o regime de António de Oliveira Salazar, ditador que liderou Portugal durante décadas. O museu presta homenagem às vítimas da repressão política, revelando as duras condições e os abusos sofridos pelos prisioneiros — com celas de isolamento e relatos de tortura.
Mas o nome Salazar também despertou curiosidade no mundo de Harry Potter. Muitos fãs repararam na semelhança com Salazar Slytherin, o fundador da casa que valoriza a ambição e a pureza do sangue. Em 2017, J. K. Rowling confirmou no Twitter que a inspiração não foi por acaso.

Embora o retrato de Slytherin no universo mágico seja direto e sombrio, a figura de Salazar continua a gerar debate em Portugal. Como explica o guia Martins, “ele não foi um ditador típico como Mussolini ou Hitler. Não mandava matar, mas proibia a liberdade de expressão e impunha um regime fechado. Era fascista, sim, mas também duplicou o ouro do país. A história portuguesa ainda não chegou a um consenso sobre ele — mas nas escolas, a visão mais comum é que foi um homem mau. Talvez tenha sido essa simplicidade moral que Rowling decidiu aproveitar para criar o personagem.”
A Fonte dos Leões e o Espírito de Gryffindor
No centro do Porto, junto à Reitoria da Universidade, está a Fonte dos Leões — um lugar de encontro, especialmente durante a Semana Académica, e símbolo importante da cidade. A fonte apresenta quatro leões alados, numa composição que mistura o real com o lendário.

Embora nunca tenha sido confirmada oficialmente como inspiração direta, a ligação simbólica à Casa Gryffindor é difícil de ignorar. Os leões representam coragem, liderança e nobreza — valores centrais da casa que tem Harry como membro principal. Sabendo que Rowling absorveu detalhes arquitetónicos para compor o seu mundo (como o exemplo do edifício Woolworth, em Nova Iorque, com uma coruja escondida no seu arco), é perfeitamente plausível que a Fonte dos Leões tenha deixado a sua marca criativa.
Conclusão: E tu, conhecias esta ligação entre Portugal e Harry Potter?
Portugal está mais presente no mundo de Harry Potter do que muitos imaginam. Para fãs da saga e para amantes da cultura portuguesa, esta conexão é simplesmente mágica.
Gostavas de visitar estes locais no Porto? Conhecias estas curiosidades? Deixa a tua opinião nos comentários! Adorava saber o que pensas — e se descobriste algo novo hoje!








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