Hoje em dia não há ninguém que nunca tenha andado pelo menos uma vez de comboio, é impossível imaginar a vida sem nos deslocarmos de um lado para o outro. A Sintra chegam todos os dias de comboio centenas de pessoas - cerca 80% dessas pessoas sejam turistas e os restantes 20 % residentes - que de outra forma demorariam imenso tempo a chegar ao seu destino, e como os munícipes já sabem, Sintra é um caos para se conseguir estacionar. Para muitos não há melhor transporte do que o comboio, que também o era para a Família Real, D. Carlos e Dª Amélia faziam-no frequentemente nas suas deslocações a Sintra.
Em 1854, quando já tinham sido iniciadas as obras no troço junto a Lisboa da Linha do Leste, o empresário francês Claranges Lucotte contratou com o governo português a construção de um caminho de ferro entre Lisboa e Sintra, este contrato surgiu num Diário do Governo de 1855, mas foi abandonado em 1861. A ideia de ligar a capital a Sintra ressurgiu em 1870, quando o engenheiro M. A. Thomé de Gamond propôs um caminho de ferro de Santa Apolónia até Colares, servindo várias localidades pelo caminho, incluindo Cascais e Sintra. Este projeto não teve quaisquer resultados, mas serviu de base para o planeamento de parte da Linha de Cascais.
Em 31 de Janeiro de 1882, foi proposto ao governo a construção de um grupo de linhas, ligando Alcântara à Figueira da Foz, com um ramal para Sintra; os troços até Sintra e Torres Vedras foram originalmente atribuídos à casa Henry Burnay & C.ª, mas a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, que estava incumbida apenas das ligações à Figueira da Foz e Alfarelos, tomou conta de todo o projeto em 1885. Foi desta forma que o troço entre Alcântara-Terra e Sintra entrou à exploração, em 2 de Abril de 1887.
Para se ausentarem do caos social e político vivido na capital, D. Carlos e D. Amélia continuaram a tradição real de ir até Sintra. A inauguração da linha ferroviária entre Lisboa e aquela vila, reforçou ainda mais a frequência dessas mesmas visitas, que em várias ocasiões também o foram de carácter diplomático.
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