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  • Writer's pictureCatarina

A Gula do Rei

Tudo começa com um Rei e termina com milhares de turistas todos os anos. Ir á Vila de Sintra e não provar as suas delicias é o mesmo que subir a serra e não ver o Palácio da Pena! O que não é de todo impossível se pensarmos naqueles dias de nevoeiro cerrado.

Toda a História de Portugal está recheada de doces conventuais, os nossos monges e freiras deram-nos um doce legado no que toca a essa área da gastronomia. No entanto em Sintra foi diferente, as famosas queijadas surgiram para satisfazer a gula de um Rei, já os travesseiros a conversa é outra. Vamos descobrir?


Queijadas de Sintra

A fábrica de queijadas Piriquita surge na segunda metade do século XIX, no centro da vila de Sintra, na Rua das Padarias, local onde ainda hoje se encontra. Fundada por Constança Gomes, uma senhora de estatura baixa e que o rei D. Carlos terá carinhosamente apelidado de “Piriquita” por ser “uma senhora baixinha”. Ter-se-á casado aos 16 anos com Amaro dos Santos, que era padeiro, e nessa altura (1862) começou o fabrico das queijadas para satisfazer a gula do Rei D. Carlos, que gostava de passar férias em Sintra e, dizem os autos, ou seja a boca do povo, gostava de passear pela vila e ir comprar pão à padaria (hoje Piriquita). Fã de queijadas, um dia terá levado a receita para a padeira as fazer. E assim começaram as queijadas de Sintra da Piriquita.

É ela a dona do segredo do recheio dos travesseiros, que fizeram da pastelaria um ponto de paragem obrigatória. Só ela e Rui Cunha, o outro filho, fazem o recheio dos pastéis. Mais ninguém. E assim se mantém o segredo na família, pelo menos, há 152 anos.

Travesseiros de Sintra

Os travesseiros, esses, apareceram mais tarde. Durante os períodos das Guerras Mundiais, a Piriquita sentiu a necessidade de inovar, e Constança Luísa, ao ler um livro de receitas antigas, deu de caras com a receita do travesseiro, que hoje dá fama e proveito à pastelaria e superou as queijadas. São centenas os turistas que passam pelo espaço diariamente e chegam fazer fila para provar as iguarias. Fernando Cunha, sócio-gerente, e a mãe, Maria Leonor, a pasteleira-mor e dona do livro de receitas que tem o segredo do recheio dos famosos travesseiros.

Com a forma de um travesseiro, o bolo à base de massa folhada, creme de ovo e amêndoa tem um ingrediente secreto que o torna apetecível às bocas de todo o mundo.
D. Carlos I de Portugal

O tal ingrediente secreto permanece na família há sete gerações e mais de 150 anos. Nem os pasteleiros o sabem. E já sobreviveu a alguns episódios de espionagem.

A Casa Piriquita já passou por muito, D. Carlos foi o ultimo Rei de Portugal, assassinado em Lisboa em 1908, e com a sua morte morreu também a monarquia, felizmente estes maravilhosos doces sobreviveram até hoje.




Bom, esta conversa abriu-me o apetite, vai uma queijada?

Tenho a certeza que sim. Nos nossos de tours de dia completo, tanto o Sintra Magica como Sintra&Cascais tem incluída uma pequena doce surpresa. Não espere mais para reservar.

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